A gestão do prefeito Eduardo Braide mergulhou em mais um episódio vergonhoso ao excluir, de forma arbitrária e silenciosa, mais de 100 candidatos aprovados no concurso da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de São Luís. A cerimônia de posse, realizada no dia 11 de julho, foi marcada por improviso, ausência de transparência e violação frontal aos princípios que regem a Administração Pública. Enquanto uns poucos receberam convites via WhatsApp, a maioria sequer foi oficialmente convocada — o que escancara o nível de amadorismo e desprezo institucional da atual gestão.
Sem publicação no Diário Oficial e com prazos legais ignorados, a Prefeitura tratou o ato de posse como evento sigiloso. Candidatos de fora da capital descobriram tarde demais o que deveria ter sido um momento de celebração. Quando questionada, a SEMED limitou-se a responder com uma mensagem genérica, orientando os prejudicados a comparecerem à SEMAD apenas no dia seguinte — como se a violação de direitos pudesse ser remendada com um aviso automático, sem qualquer explicação formal.
A desorganização não foi apenas falha técnica, mas uma afronta deliberada ao concurso público e à moralidade administrativa. A exclusão silenciosa dos aprovados revela uma tentativa de manipular o processo e colocar em prática um modelo de gestão que flerta com o autoritarismo. Ao institucionalizar convocações por aplicativo de mensagens e desprezar a publicidade dos atos, Braide transforma São Luís em um laboratório de improvisos administrativos.
A atitude, além de ilegal, é desumana. Os aprovados foram tratados como lixo administrativo: descartáveis, invisíveis, esquecidos. O que deveria ser um rito solene de ingresso no serviço público foi convertido em um teatro de horrores, onde mérito, esforço e legalidade foram jogados na lata do lixo da burocracia marqueteira. Ao invés de valorização do servidor, o que se viu foi perseguição velada e caos institucional.
Enquanto finge ser o nome da renovação para o Governo do Maranhão, Eduardo Braide exibe o que tem de pior: autoritarismo disfarçado de gestão técnica. O escândalo da posse da SEMED precisa ser enfrentado com rigor. Ministério Público e Poder Judiciário não podem se omitir diante dessa violação grotesca à legalidade e ao respeito pelos direitos dos concursados. A dignidade do serviço público está em jogo — e a omissão pode custar caro.