O tabuleiro político do Maranhão ganhou um novo desenho desde que Flávio Dino deixou o governo para atuar na cena nacional. A ausência do ex-governador provocou um esvaziamento da esquerda local e abriu espaço para que o campo conservador ocupasse o centro da disputa. Agora, a briga pela cadeira de governador é travada a pau a pau entre Eduardo Braide (PSD) e Orleans Brandão (MDB).
Pesquisa do Instituto Inop, encomendada pelo Portal Imirante e divulgada nesta terça-feira (12), aponta empate técnico entre os dois: Braide registra 33,39% das intenções de voto, contra 33,17% de Orleans. A diferença mínima deixa claro que a disputa não será apenas contra adversários de outros espectros, mas também dentro da própria direita. Na sequência, aparecem Lahésio Bonfim (Novo), com 15,23%, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), único representante da esquerda na disputa, com 9,33%.
O levantamento indica ainda que 11,51% dos eleitores permanecem indecisos — 3,98% não votariam em nenhum dos nomes e 7,53% não souberam ou preferiram não responder. Em simulação de segundo turno, Braide teria 45,77% contra 34,81% de Orleans, mas o cenário inicial mostra que nada está definido.
Brandões, Braide e a nova cara da direita
Nos bastidores, Orleans conta com o peso do sobrenome Brandão e o suporte do Palácio dos Leões, que já não escondem movimentos de aproximação com legendas como União Brasil e PL, sinalizando que a velha barreira entre governo e oposição ficou mais porosa. Braide, por sua vez, mantém o discurso de independência e gestão técnica, tentando ampliar seu alcance no interior sem perder a imagem de político “fora do sistema”.
Essa nova configuração reforça que, com a esquerda enfraquecida e fragmentada, a disputa central do Maranhão não é mais entre campos ideológicos opostos, mas dentro de uma direita que hoje se divide. E, nesse ringue, cada ponto percentual será tratado como ouro.