Em nova análise sobre o cenário político maranhense, o ex-senador Roberto Rocha voltou a afirmar que o grupo ligado ao ex-governador Flávio Dino trabalha para que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, seja o nome de consenso na eleição estadual de 2026. A declaração foi feita em conversa com o jornalista Marco Aurélio D’Eça e reforça a leitura de que as alianças políticas no Maranhão começam a se redesenhar antes mesmo da disputa começar.
Segundo Rocha, o plano mais provável dos “dinistas” é apoiar Braide, com o Partido dos Trabalhadores integrado à coligação. Nesse desenho, o atual vice-governador, Felipe Camarão, apareceria como candidato ao Senado, possivelmente em dobradinha com o ministro André Fufuca. “Se isso se confirmar, Braide pode vencer ainda no primeiro turno”, avaliou o ex-senador. Ele também comentou sobre a situação de Eliziane Gama, que poderia ser deslocada para a vaga de vice, já que pertence ao mesmo partido do prefeito.
Roberto Rocha observa que, apesar das movimentações, existe uma tentativa de alguns aliados de Dino de afastar Carlos Brandão do governo, abrindo caminho para que Camarão assuma e dispute a sucessão estadual com a força da máquina pública. Mesmo assim, ele considera essa operação “delicada” e de difícil execução, pois seria “muito escancarada aos olhos do eleitor maranhense”.
Ainda segundo o ex-senador, há sinais claros de aproximação entre o grupo de Dino e Braide, como o recente distanciamento público entre Dino e Camarão nas redes sociais e a fala de aliados de que Felipe não será candidato ao governo. Para Rocha, essa estratégia tem um objetivo direto: esvaziar a candidatura governista e evitar o segundo turno.
“Não me preocupa a candidatura de Braide em si, mas a composição para o Senado. Se ele tiver esse apoio todo, pode puxar até dois senadores com ele”, avaliou. Questionado sobre o próprio futuro político, Rocha respondeu com ironia: “Eu, candidato a senador, agarrado na garupa do Lahésio?”.
Com essa leitura, o ex-senador indica que 2026 promete ser um dos pleitos mais imprevisíveis do Maranhão, com alianças que desafiam a lógica tradicional e colocam velhos adversários lado a lado.
