A manhã desta quarta veio como um prelúdio do fim. A Câmara Municipal de São José de Ribamar protocolou uma representação pesada no Tribunal de Contas do Estado, pedindo que o TCE e o Ministério Público investiguem a retenção e o não repasse de contribuições previdenciárias descontadas dos servidores municipais. Uma denúncia grave por si só, mas que ganha ainda mais força quando colocada ao lado de todas as irregularidades que já se acumularam durante a gestão do prefeito Julinho, muitas delas reveladas pelo próprio Crítica Cotidiana ao longo dos últimos anos.
A representação dos vereadores – João Carlos de Sá, Mário Santos, César Vieira, Fik Fik, Neguinho do Parque Jair, Ednilson do Kantão e Thays Negão – aponta que o Município teria descontado da folha dos servidores, mas simplesmente não repassado os valores ao Regime Próprio de Previdência. O Projeto de Lei 154/2025, enviado pelo Executivo, tenta autorizar um novo parcelamento dessas dívidas, incluindo justamente as contribuições que jamais deveriam ter sido tratadas como verba livre.
A longa lista de tropeços da gestão Julinho. Desde os contratos milionários com empresas pouco conhecidas até as suspeitas sobre a merenda escolar, passando pela turbulência na saúde, com denúncias sobre sumiço de insumos, atrasos em pagamentos e serviços interrompidos, tudo parece ter construído, tijolo por tijolo, uma parede de desconfiança. Agora, com a previdência dos servidores no centro do furacão, a sensação é de que o castelo começa a ruir por dentro.
Os vereadores classificam o caso como possível apropriação de recursos vinculados, improbidade administrativa e até ilícito penal, a depender da comprovação de dolo. Pedem investigação completa: folhas de pagamento, comprovantes de repasse, demonstrações de dívidas, estudos de impacto. Querem respostas detalhadas. E, pela primeira vez em muito tempo, o discurso de que “é só perseguição política” parece difícil de sustentar diante da robustez técnica do documento.
Há quem diga que é o início do fim da gestão Julinho. Há quem prefira esperar pelos desdobramentos.
Se as irregularidades forem confirmadas, o que começou como mais uma denúncia pode terminar como o capítulo final de uma administração marcada por controvérsias. Resta acompanhar, passo a passo, a atuação do TCE e do Ministério Público.
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