O que deveria ser um marco histórico na valorização dos professores rosarienses virou motivo de comemoração para a oposição. Uma ação movida por Sylvio Cademartori Neto, advogado ligado à ex-prefeita Irlahi Linhares, bloqueou o pagamento dos precatórios do Fundef — recurso de quase R$ 30 milhões que seria destinado em grande parte aos docentes da rede pública.
O processo, que tramita desde 2005, foi suspenso por decisão do juiz Clodomir Sebastião Reis, que entendeu ser necessário aguardar o julgamento de um agravo de instrumento no TRF1. O recurso de Sylvio pede 20% do total em honorários, mas, na prática, travou o cronograma de pagamentos e adiou o abono dos professores por pelo menos dois meses.
A atual gestão, liderada pelo prefeito Calvet Filho, já havia firmado com a Advocacia-Geral da União o Termo de Acordo nº 00085/2023, que prevê o repasse integral do valor ao município, com cláusulas de transparência e fiscalização. O documento determina que 60% do montante sejam destinados exclusivamente ao magistério e que o restante seja aplicado em melhorias estruturais da educação municipal.
Com a decisão, centenas de professores que já faziam planos para usar o dinheiro do abono foram diretamente afetados. Nos bastidores, comenta-se que a oposição tem usado a paralisação como munição política, tentando transformar um problema judicial em discurso eleitoral.
A Prefeitura, por outro lado, reafirma que nenhum advogado estranho à ação original tem direito sobre o precatório e que trabalha para reverter o bloqueio junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
“A Prefeitura quer pagar os professores, mas há quem prefira ver o caos a reconhecer o avanço da educação”, afirmou uma fonte do Executivo municipal.
O impasse expõe um contraste evidente: de um lado, uma gestão que busca valorizar os educadores; de outro, uma oposição que aposta no atraso como estratégia política. E, mais uma vez, quem paga a conta dessa disputa é o povo — especialmente o professor, que segue esperando por um direito já conquistado.