A relação já estremecida entre os grupos políticos de Flávio Dino e Carlos Brandão chegou ao ponto de ruptura. O estopim foi a recente polêmica envolvendo supostas gravações clandestinas de conversas entre deputados estaduais, que sacudiu os bastidores do poder e praticamente decretou o fim de qualquer possibilidade de reunificação entre dinistas e brandonistas para as eleições de 2026.
Nos corredores políticos de São Luís, a tensão é evidente. O encontro entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), previsto para esta semana, tornou-se um risco desnecessário diante do clima de desconfiança e acusações. Lula pretendia usar a reunião para reaproximar as duas alas que, até pouco tempo, marchavam sob a mesma bandeira no Maranhão. A ideia era “zerar o jogo” e buscar um consenso em torno de um novo nome para a sucessão estadual.
Mas o plano naufragou. O escândalo dos áudios não só inviabilizou o diálogo como também atingiu diretamente um dos nomes cotados para 2026: o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT), que vinha sendo apontado como alternativa de unidade. Nos bastidores, comenta-se que a trama teria sido articulada a partir do próprio Palácio dos Leões, envolvendo pessoas próximas de Brandão e até alguns jornalistas locais. O resultado é que o fogo amigo acabou queimando pontes que, talvez, não possam mais ser reconstruídas.
Agora, com a confiança abalada e o cenário político em ebulição, o que se previa como um gesto de pacificação transformou-se num retrato fiel da disputa interna que promete marcar o tabuleiro eleitoral do Maranhão até 2026.