Duas crianças de 10 anos e outros 303 menores de idade foram encontrados trabalhando em franquias do McDonald’s nos Estados Unidos.
O Departamento de Trabalho dos EUA multou as três franquias em US$ 212 mil, o equivalente a mais de R$ 1 milhão. Segundo o Departamento de Estado, as violações foram encontradas em restaurantes em Kentucky, Indiana, Maryland e Ohio. Dentre as descobertas, o departamento apontou que os menores trabalhavam além das horas permitidas, executavam tarefas proibidas e próximas de churrasqueiras, fornos e fritadeiras, o que é proibido por lei para jovens trabalhadores.
Os investigadores identificaram que as crianças de 10 anos estavam empregadas, mas não eram pagas e às vezes trabalhavam até 2 da manhã. “Muitas vezes, os empregadores não cumprem as leis de trabalho infantil que protegem os trabalhadores jovens”, explicou a diretora distrital da divisão de salários e horas, Karen Garnett-Civils, em Louisville, Kentucky.
A prática de exploração infantil se tornou mais comum com o advento da revolucao industrial onde era comum as crianças começarem a trabalhar aos seis anos de idade de maneira exaustiva. A carga horária era equivalente a uma jornada de 14 horas por dia, pois começava às 5 horas da manhã e terminava às 7 horas da noite. Os salários também eram bem inferiores, correspondendo à quinta parte do salário de uma pessoa adulta. Além disso, as condições de trabalho eram precárias e as crianças estavam expostas a acidentas fatais e a diversas doenças.
O Caso MCDonald’s causa espanto mesmo no mais ingênuo dos amantes do capitalismo na atualidade. A prática que já deveria ter sido extinta, persiste como um dilema em pleno séc. XXI, corroendo as entranhas de uma sociedade doente que não protege o seu próprio futuro e evidência o seu individualismo tóxico.