Ex-prefeita vê no PCdoB seu palco de sobrevivência política
Paula Azevedo, ex-prefeita de Paço do Lumiar, afastada do cargo após denúncias de corrupção e cassada pela Câmara, voltou a aparecer com força em um espaço que sempre lhe serviu de abrigo, o partido. Em suas redes sociais, Paula mostrou a Conferência Municipal do PCdoB, realizada neste sábado, 13, na comunidade Pindoba. O encontro reuniu militantes históricos, lideranças locais e vozes da velha guarda que ainda tentam manter viva a chama da legenda.
O episódio da cassação já ficou para trás, mas segue como marca em sua trajetória. E não é um caso isolado. Em Paço do Lumiar, parece existir uma maldição que ronda o Executivo. Prefeitos e Prefeitas raramente conseguem concluir o mandato sem enfrentar afastamentos, investigações ou escândalos. A história política do município coleciona exemplos de gestões interrompidas, e Paula apenas reforça esse padrão.
Ainda assim, mesmo com um passado turbulento, ela insiste em não se deixar apagar. Ao lado de Marcelo Marques, foi escolhida por aclamação para representar Paço na Conferência Estadual do PCdoB. O gesto é simbólico e mostra que, apesar das controvérsias, ela ainda encontra respaldo em setores da militância.
Mais do que uma agenda de partido, o evento teve tom de memória e resistência. A presença de nomes como Rubens Silva Pinheiro, militante desde 1982, e da ex-dirigente Efigênia Tavares deu ao encontro uma atmosfera de continuidade. Entre passado e presente, o palco serviu para Paula ensaiar um retorno a política local e reforçar a imagem de articuladora que não aceita ser empurrada para fora do tabuleiro.
No fundo, o movimento de Paula revela uma estratégia de sobrevivência. Se a gestão deixou cicatrizes difíceis de apagar, o partido aparece como refúgio e trampolim para seguir visível. A conferência mostrou que, em Paço do Lumiar, até lideranças fragilizadas encontram brechas para se manter no jogo. A política local continua sendo um terreno onde memória, poder e sobrevivência caminham lado a lado.