Moradores do Cotovelo, em Paço do Lumiar, denunciam que o bairro vive um colapso no transporte público, agravado pela ausência da linha prometida para atender a comunidade. Segundo o relato enviado ao Crítica Cotidiana, os ônibus da empresa Maranhense, que deveriam servir a região, “não passam, não entram e só andam lotados e quebrando”. A moradora afirma que a população precisa caminhar mais de uma hora todos os dias para alcançar o ponto mais próximo, enquanto a empresa se recusa a ajustar a rota: “Dá pra fazer, basta querer. A gente paga passagem como todo mundo. O ônibus não ia rodar seco”.
Segundo a moradora, o motivo usado para justificar a ausência do ônibus é a precariedade da infraestrutura, mas ela afirma que essa desculpa não se sustenta. O bairro convive com buraqueira, poeira intensa, sim. Apesar disso, ela destaca uma contradição central: carros, caminhões, escolares e até veículos pesados passam todos os dias, mas a empresa Maranhense insiste que o ônibus não tem condições de circular. “Se passa caminhão, passa ônibus. Falta é vontade”, afirma. A moradora lembra que Uber e mototáxi evitam a região justamente pelo abandono do poder público, mas reforça que isso não deveria justificar a omissão da empresa de transporte: “A gente não tá pedindo carona. Tá pedindo o direito ao transporte público”.
A moradora cobra ainda a MOB, responsável pela regulação das linhas, afirmando que um simples ajuste de horários já seria suficiente para aliviar o sofrimento diário. Ela sugere dois horários pela manhã e dois à tarde — o mínimo necessário para atender trabalhadores e estudantes que hoje enfrentam trechos escuros e inseguros para conseguir um ônibus. “A gente não quer favor. Quer o básico: um ônibus que entre no bairro, uma rota que funcione. O Cotovelo foi esquecido, e quem paga somos nós”, finaliza.
