…Foi o vice-prefeito quem precisou lembrar ao prefeito como se governa…
Em São José de Ribamar, cidade da Região Metropolitana de São Luís, a política segue o roteiro cada vez mais comum no Maranhão: enquanto quem foi eleito para governar desaparece, outros assumem — por responsabilidade ou vergonha. Foi assim na Vila Dr. Julinho, bairro que carrega o nome do prefeito, mas não carrega o cuidado dele.
Há tempos, uma vala escancarada no meio da rua simbolizava o abandono da gestão do Dr. Julinho. Buracos, lama, risco de doenças e total descaso da prefeitura com os moradores da região. A rua foi deixada à própria sorte. Só que dessa vez, o silêncio do poder não teve a última palavra.
Quem apareceu — não com promessas, mas com ações — foi o vice-prefeito Natércio Santos. Sem o aparato institucional, sem verbas públicas, mas com disposição política e articulação comunitária, ele se uniu à associação de moradores e mobilizou doações e mutirões populares para recuperar a via. Uma ação simples, mas carregada de significado: quando o prefeito finge que não vê, o vice age com os olhos voltados para o povo.

O gesto de Natércio escancarou mais do que uma vala: revelou o buraco político da gestão municipal. Quando é o próprio vice quem precisa governar informalmente para resolver problemas básicos, fica claro que São José de Ribamar está sob um governo de fachada. E Natécio, ao calçar as botas e pisar no chão da rua esquecida, mostrou quem de fato está disposto a governar.