Os brasileiros continuam sofrendo com a enxurrada de ligações de telemarketing, mesmo diante dos esforços da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para conter o problema. Segundo um relatório recente apresentado ao Comitê de Defesa dos Usuários de Serviços de Telecomunicações, mais de 1 bilhão de chamadas indesejadas são realizadas mensalmente no país. Entre junho de 2022 e dezembro de 2024, a Anatel bloqueou impressionantes 184,9 bilhões de chamadas abusivas em 26 operadoras, mas cerca de 15% ainda escapam das barreiras e chegam aos consumidores.
O problema tem se agravado. O número de ligações bloqueadas cresceu de 76,11 bilhões para 82,52 bilhões entre 2023 e 2024, um salto preocupante em apenas sete meses. Para coibir essas práticas, a agência aplicou R$ 32 milhões em multas e impediu 1.041 usuários de continuar operando. Segundo as regras da Anatel, uma empresa é considerada abusiva quando realiza mais de 100 mil chamadas diárias com robôs, geralmente com duração inferior a seis segundos. Como nova estratégia, a agência pretende expandir o uso obrigatório do prefixo 0303 para todas as atividades de alto volume de chamadas, facilitando a identificação e o bloqueio dessas ligações intrusivas.
Mesmo com essas medidas, a sensação para muitos consumidores é de que pouco mudou. O avanço da tecnologia permite que novas táticas sejam usadas para driblar os bloqueios, e os sistemas de proteção ainda não são suficientes para barrar todas as chamadas. Diante desse cenário, resta a pergunta: até quando o brasileiro precisará conviver com essa praga digital?
