O Sampaio Corrêa não é mais apenas um clube de futebol. Nas mãos de Sérgio Frota, virou um projeto pessoal, blindado de críticas, fechado a qualquer participação popular e com resultados desastrosos dentro de campo. Nos últimos anos, a “gestão” que prometia modernização entregou rebaixamento, dívidas trabalhistas e uma relação de hostilidade com a própria torcida. Agora, um abaixo-assinado pede a saída do presidente e a intervenção do Ministério Público.
Um ciclo de erros que custaram caro
De 2023 a 2025, o Sampaio foi vítima de um modelo de planejamento que parecia piada: dispensar jogadores importantes — justamente os que mais faziam a diferença — e trazer em troca um caminhão de atletas baratos e sem qualidade. Resultado? Contratações desastrosas, rescisões em massa, elenco instável e futebol sofrível.
A lógica também atingiu a comissão técnica. Em 2023, Léo Condé, que vinha em alta, foi descartado porque pediu valorização. No mesmo ano, levou o Vitória de volta à Série A, enquanto o Sampaio descia ladeira abaixo.
O presidente contra a torcida
Se a bola já não rolava, Frota ainda conseguiu minar o elo mais valioso do clube: sua torcida. Em entrevista, disse que o Sampaio teria “chegado à Libertadores” se o público fosse mais presente — uma declaração que soa como deboche para quem enfrenta preços abusivos, más condições de estádio e anos de descaso.
Nos bastidores, as medidas são ainda mais autoritárias: proibição de instrumentos das torcidas organizadas, silêncio forçado contra protestos e ausência total de mecanismos democráticos no clube. Frota nunca tratou os torcedores como parte do patrimônio da Bolívia Querida, mas como massa de manobra para suas ambições políticas. Quando precisou de voto, recorreu ao povo tricolor. Quando se viu questionado, atacou o mesmo povo.
Um estatuto feito sob medida
A blindagem do poder não é acaso. O estatuto do Sampaio é um manual de concentração absoluta. O Artigo 31, sozinho, dá ao presidente autoridade para contratar, demitir, vender patrimônio, aprovar chapas e até anular suas próprias decisões. Em outras palavras: Frota legisla, executa e julga.
“O Sampaio foi sequestrado. Hoje é administrado como propriedade privada, sem espaço para oposição”, denuncia o professor Raimundo Castro, em entrevista ao blog Conversa de Feira.
A torcida reage
Cansados de serem tratados como inimigos, os tricolores começaram a se organizar. Um abaixo-assinado pede a saída imediata de Frota, a intervenção de 90 dias e, sobretudo, um novo estatuto — que devolva poder aos sócios e à massa tricolor.
É o primeiro passo para romper uma lógica que transformou um clube de história centenária em extensão do gabinete de um homem só. A Bolívia Querida pede socorro.
Abaixo o link da petição criada pelos torcedores do Sampaio:
Nota do editor
Este conteúdo se baseia também no olhar atento e nas denúncias constantes de torcedores que, dia após dia, registram as contradições e os bastidores do Sampaio Corrêa. Entre eles, destacamos o trabalho da página Árabe Loco, que tem pautado de forma incisiva os erros de gestão e mantido viva a chama da crítica independente sobre os rumos da Bolívia Querida.