A ex-prefeita Paula da Pindoba, afastada e cassada por indícios de corrupção, tenta agora dar início a um novo capítulo de sua vida, em uma tentativa de “resetar” sua trajetória política. Porém, seu nome, antes reconhecido e celebrado, hoje carrega o peso da decadência e do esquecimento, como o de tantos outros políticos que um dia estiveram no topo e, hoje, encontram-se à margem da história.
Paula Azevedo foi descoberta nas ruas de Pindoba, entre tomates e cebolinhas das pequenas hortas locais, pelo experiente ex-deputado federal e ex-vice-prefeito de São Luís, Dutra. Nas eleições de 2016, Paula superou obstáculos e, somando uma “aliança estratégica” com a figura de Dutra, conquistaram 15.440 votos, encerrando a longa hegemonia da família Aroso, que dominava a política local por quase três décadas.
A ascensão, no entanto, foi breve e tumultuada. Quando Dutra, diante de inúmeras crises e com sua saúde debilitada após sofrer um AVC, se afastou da prefeitura, Paula assumiu o comando do município. Contudo, sua gestão ficou marcada por decisões controversas e pela falta de preparo para lidar com a coisa pública, o que a levou a se cercar de aliados com interesses próprios, muitos dos quais mais preocupados com seus projetos pessoais do que com o avanço de Paço.
A situação de Paula remete a outras figuras políticas que já brilharam no cenário político, mas que hoje se encontram no ostracismo. Exemplos como o ex-governador do Maranhão, Jackson Lago, que, após um breve momento de protagonismo, viu sua carreira ruir em um mar de escândalos e desconfiança, ou até mesmo o ex-presidente Fernando Collor, que, após ser o primeiro presidente impeachmentado da história do Brasil, viu-se relegado ao esquecimento político, são símbolos de como o poder pode ser efêmero e traiçoeiro.
Agora, em um cenário de derrotas e retrocessos, Paula tenta reconstruir sua vida política através de uma associação de classe, no que parece ser um último esforço para manter-se viva no imaginário coletivo de seus conterrâneos. Sua equipe de marketing, ciente da fragilidade da imagem da ex-prefeita, lançou um informativo sugerindo que ela ainda se mantém relevante, embora as especulações de que, na prática, Paula não passe de uma simples integrante de uma associação de bairro tenham se espalhado rapidamente.
A ex-prefeita parece estar ciente de que, assim como outros políticos que viram seu estrelato desvanecer, sua história está sendo lentamente apagada da memória coletiva. O tempo, implacável, cobra um preço elevado daqueles que se deixam consumir pelas tramas do poder, e o ostracismo, para muitos, é um destino inevitável.
