Na manhã desta quinta-feira, 13, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento do deputado estadual Edson Araújo (PSB), localizado no 5º andar da Torre Luxemburgo, no condomínio de luxo Île Saint Louis, na Península da Ponta d’Areia, em São Luís. O parlamentar é alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um suposto esquema de fraudes em descontos de mensalidades sobre benefícios de aposentados, pensionistas e pescadores.
Além das buscas, foi determinada pela Justiça a utilização de tornozeleira eletrônica por Edson Araújo, medida que reforça a gravidade das suspeitas sob apuração. A operação ocorre simultaneamente em dezessete estados e no Distrito Federal, e mira um possível desvio de valores bilionários.
Segundo relatório da Polícia Federal divulgado em maio de 2025, o parlamentar teria recebido cerca de R$ 5,4 milhões entre maio de 2023 e maio de 2024. Os repasses, ainda conforme a investigação, teriam partido da Federação das Colônias dos Pescadores do Estado do Maranhão (Fecopema), que, por sua vez, recebeu R$ 400 mil da Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura (CBPA). A confederação é apontada como beneficiária de aproximadamente R$ 99 milhões arrecadados por meio de descontos mensais em aposentadorias de trabalhadores do setor pesqueiro.
De acordo com a PF, as movimentações financeiras atribuídas ao deputado envolvem “valores expressivos e desconexos com sua capacidade econômica”, havendo indícios de possíveis práticas de ocultação de patrimônio e sonegação fiscal.
O caso tem gerado forte repercussão, especialmente entre aposentados e pescadores, que se dizem indignados com a possibilidade de que recursos descontados de seus benefícios tenham sido desviados. A defesa do deputado Edson Araújo ainda não se manifestou publicamente sobre as investigações.