“Política é como nuvem: você olha e ela está de um jeito; olha de novo e já está de outro”. A frase atribuída ao ex-governador mineiro Magalhães Pinto segue atualíssima e ajuda a entender o cenário maranhense. Até 2026, muita água ainda vai rolar, e o que hoje parece definido pode, em poucos meses, se transformar em outro desenho de alianças
O presidente estadual do PT, Francimar Melo, trouxe novos elementos para o debate ao defender uma ampla aliança em torno do presidente Lula nas eleições de 2026. Em entrevista ao podcast Palpite, do jornal O Imparcial, nesta segunda-feira (1º), Melo afirmou que o partido não descarta nenhum nome para a disputa ao governo do Maranhão, incluindo o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).
“O próprio Braide nós não descartamos que seja uma candidatura do mesmo campo. Por quê? Porque buscamos construir uma grande aliança, e as conversas que eu tenho ouvido e participado nacionalmente caminham nesse sentido”, afirmou o dirigente, durante a entrevista conduzida pelo jornalista Felipe Klamt.
A possibilidade de aproximação com Braide vem sendo discutida há meses nos bastidores, especialmente por lideranças conhecidas como remanescentes do grupo dinista. O deputado Carlos Lula (PSB), por exemplo, já havia sinalizado em julho que o prefeito poderia ser uma opção, desde que se criassem as condições para o diálogo.
Mesmo o vice-governador Felipe Camarão (PT), cotado como pré-candidato natural ao governo, não descarta a hipótese de composição. Para Francimar Melo, tanto Camarão quanto Orleans Brandão (MDB) estão dentro do chamado “campo lulista”. A prioridade, segundo ele, é reunir aliados no mesmo palanque e até buscar setores do Centrão, como PP e União Brasil.
“Queremos disputar uma banda lá dentro do PP, do União Brasil. Se não vier todo o partido, que venham pelo menos os arranjos regionais”, pontuou Melo.
A declaração movimentou o debate interno no PT e levantou questionamentos sobre como ficará a estratégia petista no Maranhão, especialmente diante do fortalecimento de Eduardo Braide e do desejo de Lula de unificar aliados em torno de sua base.