Em um dia como hoje, 13 de novembro, no ano de 1956, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou que a segregação racial nos ônibus era ilegal e inconstitucional na cidade de Montgomery e no estado do Alabama. O caso começou com a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra presa por se recusar a ceder seu assento a um homem branco. Em 1º de dezembro de 1955, Rosa estava na fileira destinada aos negros, mas desafiou as ordens do motorista ao não ceder lugar a um passageiro branco. Esse ato de coragem foi o estopim para uma mobilização que redefiniria a luta pelos direitos civis nos EUA.
A segregação nos ônibus era uma das tantas faces do racismo institucionalizado: brancos ocupavam os assentos da frente, e os negros eram obrigados a se sentar atrás. Se a área dos negros estivesse cheia, eles não podiam ocupar os assentos vazios da frente. Pior ainda, se um branco subisse e o ônibus estivesse lotado, negros eram forçados a ceder o lugar. Após a prisão de Rosa, a comunidade negra deu início ao boicote, que se estendeu por 381 dias e mobilizou líderes como Martin Luther King Jr. e Ralph Abernathy em uma resistência pacífica que abalou as bases do sistema segregacionista.
O boicote causou grandes prejuízos ao transporte público, já que a comunidade negra representava três quartos dos passageiros. Para contornar a necessidade dos ônibus, negros passaram a caminhar, usar bicicletas e organizar caronas com motoristas e taxistas da comunidade. Esse esforço conjunto desafiou o sistema e atraiu apoio nacional, mostrando o poder de uma mobilização pacífica. Em 20 de dezembro de 1956, o boicote chegou oficialmente ao fim, com a conquista da liberdade para sentar onde quisessem e o direito à dignidade no transporte público.
