A diretora da Casa da Mulher Brasileira no Maranhão e presidente da Federação Maranhense de Futebol, Susan Lucena, manifestou repúdio ao grave episódio de violência sofrido pela presidente da Câmara Municipal de Afonso Cunha, vereadora Júlia Rodrigues, na última terça-feira (12).
A parlamentar denunciou ter sido vítima de agressão física e tentativa de abuso sexual por parte do vice-prefeito do município, Floriano Pereira. O caso, revoltante por si só, ganha ainda mais peso por acontecer dentro do cenário político — um espaço que deveria ser de debate e construção, e não de intimidação e violência.
“Vivemos em uma sociedade em que nossos corpos são violados pelo simples fato de existirmos. Não é a roupa que usamos, não é o cargo que ocupamos, a culpa não é nossa. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública registrou aumento nos casos de feminicídios e estupros. Toda a sociedade precisa agir. Cassação já deste vice-prefeito! Não podemos mais tolerar este tipo de atitude”, declarou Susan Lucena.
Em nota, a Casa da Mulher Brasileira-MA reafirmou solidariedade à vereadora e compromisso no combate a todas as formas de violência de gênero. “Nos colocamos à disposição para dar suporte à vereadora e reforçamos que nenhuma mulher deve ser silenciada ou desrespeitada no exercício de seu mandato e de sua cidadania”, diz o texto.
Na semana passada, Júlia já havia se posicionado publicamente sobre o tema, ao postar um vídeo alusivo à campanha Agosto Lilás: “Você não está só. Não se cale. A vida só começa quando a violência acaba. Denuncie 180. Juntas somos mais fortes!”.
O caso agora não é apenas de polícia, mas também de ética e responsabilidade pública. Se a violência contra mulheres já é uma chaga nacional, quando ela parte de autoridades eleitas, o alerta se torna ainda mais grave.