O governo federal está desenvolvendo uma nova proposta para regulamentar as plataformas digitais, estabelecendo regras para remoção de conteúdo e combate à desinformação. O projeto, conduzido pelo Ministério da Justiça, prevê três níveis de responsabilidade para as empresas do setor e a criação de um comitê estatal com poder de fiscalização e punição.
Batizada de Marco Legal de Proteção de Usuários de Serviços Digitais, a proposta impõe às plataformas o “dever de precaução”, exigindo que removam conteúdos ilegais sem necessidade de decisão judicial. Além disso, as empresas serão obrigadas a combater a “desinformação sobre políticas públicas” mediante notificações extrajudiciais. A iniciativa surge após o fracasso do PL das Fake News e a recente decisão da Meta de flexibilizar seus controles de conteúdo. Atualmente, a minuta do projeto está sob análise de um grupo de trabalho que envolve Casa Civil, AGU, CGU, Ministério da Fazenda e Secom.
Pontos positivos e negativos da regulação das plataformas digitais
A proposta tem gerado debates entre especialistas, políticos e a sociedade civil. Enquanto alguns veem a medida como um avanço na luta contra a desinformação, outros alertam para riscos à liberdade de expressão e um possível controle excessivo do Estado sobre o ambiente digital.
Pontos positivos:
✅ Maior controle sobre fake news e discursos de ódio, protegendo a integridade da informação.
✅ Responsabilização das plataformas, garantindo que cumpram normas de transparência e remoção de conteúdo ilegal.
✅ Proteção aos usuários contra golpes e fraudes digitais, reduzindo a disseminação de conteúdos prejudiciais.
✅ Combate à desinformação sobre políticas públicas, impedindo que fake news prejudiquem debates democráticos.
Pontos negativos:
❌ Risco de censura, com remoções feitas sem decisão judicial podendo afetar a liberdade de expressão.
❌ Poder excessivo ao Estado, que pode utilizar a regulação para favorecer narrativas governamentais.
❌ Custos elevados para as plataformas, o que pode impactar pequenos criadores de conteúdo e dificultar a inovação digital.
❌ Falta de critérios claros sobre o que configura “desinformação sobre políticas públicas”, podendo gerar decisões arbitrárias.
Com o avanço desse debate, a regulamentação das plataformas digitais volta ao centro das discussões políticas no Brasil. O desafio será equilibrar a proteção dos usuários com a preservação da liberdade de expressão e a garantia de um ambiente digital transparente e democrático.