O Sampaio Corrêa Futebol Clube, orgulho do futebol maranhense, está afundado em uma crise que mistura fracasso esportivo e suspeitas de má gestão. Após ser rebaixado para a Série C em 2023, despencar para a Série D em 2024 e ser eliminado ainda na segunda fase da quarta divisão em 2025, o clube agora corre sério risco de ficar sem divisão nacional no próximo ano, dependendo do acesso de MAC e Imperatriz para não desaparecer do mapa do futebol brasileiro. A derrocada é vertiginosa e expõe um colapso institucional sem precedentes.
No centro da tempestade, uma denúncia formal feita pelo movimento “Resgata Bolívia Querida – Movimento pelo Sampaio Corrêa Livre, Transparente e do Povo” ao Ministério Público do Maranhão aponta indícios de gestão patrimonial lesiva e solicita medidas drásticas. Entre elas: instauração imediata de investigação para apurar responsabilidades administrativas, civis e criminais; afastamento imediato do presidente Sérgio Frota para impedir novos danos; e nomeação de interventor judicial para garantir lisura, transparência e auditoria integral da gestão. Trata-se de um pacote emergencial para estancar o que já é visto como um processo de destruição do clube.
O caso mais emblemático desse recorte recente da gestão que dura 17 anos é a polêmica venda do Centro de Treinamento José Carlos Macieira ao Grupo Mateus por mais de 6 milhões de reais. Segundo a denúncia, a operação foi realizada sem aprovação efetiva do Conselho Deliberativo, sem transparência sobre o destino dos valores e sem a prestação de contas devida. A perda do CT não é apenas uma questão financeira: é a entrega de um patrimônio histórico e estratégico, um golpe na capacidade de formar atletas e manter uma base sólida para o futuro.
O Sampaio Corrêa vive hoje uma combinação letal de derrotas dentro de campo e suspeitas fora dele. A torcida, que sempre foi o maior ativo do clube, assiste ao desmonte com indignação e impotência. Se as medidas solicitadas não forem aplicadas rapidamente, não será exagero dizer que o clube caminha para o apagamento completo no cenário nacional — um fim indigno para um símbolo cultural e esportivo do Maranhão.
