A Câmara Municipal de Paço do Lumiar se reúne apenas dois dias por semana, mas nem isso tem garantido a presença plena de todos os parlamentares. Dados do próprio site da Casa revelam que três vereadores estão entre os mais faltosos neste mandato, iniciado em 1º de janeiro de 2025.
O vice-presidente da Câmara, Paulo Henrique (PSB), está na na liderança do ranking, com apenas 50% de presença: participou de 16 das 34 sessões ordinárias, 1 das 2 extraordinárias e das 2 solenes, somando 19 presenças em 38 encontros. No segundo mandato, Paulo apresentou apenas um projeto de lei até agora, uma triste realidade que expõe a falta de projetos dos representantes luminenses.
O vereador Miau Oliveira (Solidariedade) aparece logo atrás, com 58% de presença. Ele esteve em 19 das 34 sessões ordinárias, 1 das 2 extraordinárias e nas 2 solenes, totalizando 22 presenças no ano.
Já Leonardo Laci (PSB), vereador importado direto da cidade de raposa, registrou 66% de presença: compareceu a 21 das 34 sessões ordinárias, além de todas as extraordinárias e solenes, chegando a 25 presenças no total.
Na vida real, quando um trabalhador falta sem justificativa, o dia é descontado do seu salário. No caso dos vereadores, no entanto, procuramos a câmara que não respondeu se as faltas representam corte nos vencimentos ou nos benefícios, mesmo quando se acumula um histórico de faltas tão grande como o do vice-presidente.
O cenário é ainda mais questionável quando se lembra que cada vereador recebe salário integral e outros benefícios pagos com dinheiro público. E para piorar, desde o almoço de confraternização entre vereadores ocorrido no dia 9 de maio — quando vereadoras relataram mal-estar após consumir jujubas supostamente contaminadas com substância entorpecente — as sessões da Câmara passaram a ocorrer exclusivamente de forma online. A mudança veio após o registro de boletim de ocorrência feito por Mary do Mojó e relatos semelhantes das vereadoras Bianca Mendes e Elen do Bigode, que chegou a mencionar que medidas estavam sendo tomadas em relação ao caso.
Atualmente, o prédio da Câmara passa por uma reforma que iniciou sem aviso prévio, deixando no ar se o motivo é apenas estrutural ou também reflexo de um escândalo que pode ganhar novas proporções. E aí fica a pergunta: quem paga essa conta?