De Maquiavel aos dias atuais, a história mostra que jovens príncipes que ignoram quem os colocou à mesa ou mesmo quem ainda será peça importante no projeto, costumam aprender, cedo ou tarde, que ninguém sustenta poder sozinho
O deputado estadual Fernando Braide parece determinado a provar que nem todo sobrenome carrega, junto, maturidade política. Irmão do prefeito de São Luís, ele ainda engatinha no jogo pesado da política, mas já fala como veterano de mesa de bar, desses que resolvem o país entre um gole e outro. Eleito em 2022 com 42.506 votos, sendo o mais votado da capital, onde o próprio irmão faz uma excelente administração, Fernando construiu seu mandato muito mais na força do sobrenome do que em trajetória própria, algo que ele insiste em ignorar.
Em entrevista recente divulgada nas redes sociais, o jovem deputado resolveu romper uma regra básica da política, ninguém chega sozinho e ninguém governa isolado. Ao minimizar alianças e fazer acenos tortos ao futuro, deixa escapar uma verdade incômoda, goste ou não, Eduardo Braide vai precisar de Eliziane Gama em qualquer projeto eleitoral mais ambicioso. Fingir que isso não existe é, no mínimo, ingenuidade. No máximo, arrogância precoce.
O cenário que se desenha não é de terreno firme, mas de campo minado. Cada palavra mal colocada, cada bravata fora de hora, pode custar caro. Política não perdoa amadores que confundem holofote com liderança. As águas ainda vão correr muito, mas uma coisa já está clara, antes de cuspir no prato, é bom lembrar quem foi que o colocou à mesa.
