Parece que o prefeito Eduardo Braide resolveu virar o palhaço da política e anunciar, no final da noite desta quarta (19), que já nesta quinta (20) teremos o tão aguardado “uberBraide”. Em meio a uma greve de ônibus que se arrasta desde segunda-feira, a ideia mirabolante de oferecer corridas gratuitas para a população ganha um tom Copperfieldiano – só que, como diria o eterno economista Milton Friedman, “não existe almoço grátis”.
A proposta, que já chega com o roteiro de “o mundo fantástico de Bob”, estipula que as plataformas de transporte devem operar sem corridas “dinâmicas” – uma tentativa nada sutil de transformar o caos urbano em prejuízo para o motorista de aplicativo – e ainda limita o crédito diário dos usuários a R$ 60. Se você pensou que era possível driblar a lógica econômica, lembre-se: para cada benefício gratuito anunciado, há um custo escondido no contrato, esperando para ser descoberto.
No universo de Braide, o “uberBraide” parece mais uma ilusão de ótica do que uma solução prática. Enquanto o prefeito promete liberar as corridas “ainda hoje”, a plataforma para cadastro de usuários insiste em tirar um cochilo digital. É o clássico exemplo de que, na política – assim como na economia – o que reluz não é ouro. Afinal, como bem lembrava Friedman, qualquer serviço público “gratuito” é, na verdade, uma conta que alguém terá que pagar mais tarde.
Motoristas de aplicativo já não perdem a chance de rir (ou chorar) da situação, apontando que se algo parece bom demais para ser verdade, é porque, inevitavelmente, há um truque por trás.
Veja o vídeo:
Até o deputado estadual Yglesio, com seu senso de humor ácido, não deixou passar a chance de cutucar o prefeito, alegando que o custo seria de 24 milhões de reais em 24 horas. E aí compensa?

Enquanto o espetáculo segue, o cidadão fica à mercê do improvável – ou do inevitável – de que, em algum momento, o custo dessa “corrida gratuita” se tornará mais pesado do que a conta de luz no final do mês. E assim, entre risos nervosos e a amarga sabedoria de Milton Friedman, o circo político de São Luís nos lembra que, no fundo, a gratuidade é apenas uma ilusão que faz parte do show.