A partir de outubro, o ministro Flávio Dino assumirá a presidência da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado responsável pelo julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro. A mudança ocorre dentro da normalidade regimental da Corte, mas tem potencial para elevar as tensões políticas, uma vez que Dino é ex-ministro da Justiça do governo Lula e figura amplamente rejeitada pela militância bolsonarista.
Como presidente da Turma, Dino terá papel fundamental na condução do julgamento, podendo definir rituais, prazos e dinâmicas processuais. A expectativa é que até abril de 2025 a denúncia contra Bolsonaro já tenha sido analisada pela Primeira Turma. Caso seja aceita, abre-se uma ação penal, avançando para a fase de coleta de provas e depoimentos de testemunhas. Nos bastidores, há pressão para que o julgamento seja concluído ainda este ano, evitando que se prolongue até 2026, ano eleitoral.
A composição da Primeira Turma inclui, além de Dino, os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. No entanto, mudanças podem ocorrer caso algum ministro solicite transferência para a Segunda Turma, alterando o cenário do julgamento. Seja como for, o novo presidente do colegiado terá a missão de garantir que o caso avance conforme os trâmites legais, enfrentando de perto o impacto político de um julgamento que pode selar o futuro de Bolsonaro.