A decisão firme do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou os mandatos de Wellington do Curso e Fernando Braide marca um ponto de inflexão no combate às fraudes eleitorais no Maranhão. Ambos foram eleitos pela chapa do PSC, considerada fraudulenta por simular candidaturas femininas apenas para cumprir a cota mínima de 30% exigida por lei. Mesmo sem envolvimento direto, os parlamentares foram atingidos pela anulação do DRAP do partido, o que invalida toda a chapa e torna a cassação definitiva, sem possibilidade de recurso com efeito suspensivo. Com isso, Braide e Wellington passam a ser símbolos de uma eleição comprometida por irregularidades estruturais.
O impacto não para na Assembleia Legislativa. A cassação abre precedente perigoso para os três vereadores do Podemos em São Luís — Wendell Martins, Raimundo Júnior e Fábio Macedo Filho — que enfrentam uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) por indícios semelhantes de fraude à cota de gênero nas eleições de 2024. Caso o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) siga o mesmo entendimento do TSE, toda a chapa proporcional do Podemos pode ser anulada, resultando na perda dos mandatos mesmo sem que haja prova de participação direta dos vereadores no esquema. A jurisprudência é clara: fraude à cota de gênero atinge toda a chapa e será punida com efeito retroativo.
Com a queda dos deputados do PSC, os suplentes Adelmo Soares (PSB) e Zé Inácio (PT) assumirão os mandatos na Assembleia Legislativa nos próximos dias. Ambos são nomes experientes e alinhados ao governador Carlos Brandão, o que reforça a base governista na Casa. Adelmo retorna com o legado de sua atuação na Agricultura Familiar, enquanto Zé Inácio traz o peso de sua trajetória no PT e nas pautas sociais. O tabuleiro político muda, e a Justiça Eleitoral envia um recado claro: simular candidaturas para burlar a lei eleitoral tem consequências graves e irreversíveis.
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