Flávio Dino subiu no palanque, bateu no peito, fez pose de salvador e prometeu tirar o Maranhão do mapa da miséria. Em 2015, da sacada do Palácio dos Leões, o então governador, Flávio Dino discursou cheio de empolgação: jurou que nenhum município maranhense estaria mais entre os 100 mais pobres do Brasil. Quase oito anos depois, a realidade é outra — e bem amarga. O Maranhão continua atolado na miséria. A fome segue batendo à porta, o desemprego sufoca e a esperança anda mais rara que político honesto. É o mesmo Maranhão de sempre, só que agora a maquiagem de propaganda em cima de um cenário de abandono, parece que borrou.
À época em que Dino assumiu, a renda per capita do Maranhão era metade da média nacional. Hoje, segundo o Poder360, o estado ocupa a lanterna do ranking de renda, com um valor quase três vezes menor que o do Distrito Federal. A pobreza extrema atinge 7,84% dos lares maranhenses, segundo dados do IBGE e do Centro de Liderança Pública. A miséria, longe de ser superada, virou marca registrada — justamente o que Dino havia jurado erradicar.
Alertas já eram feitos desde 2018 sobre o fracasso iminente da gestão dinista — como registraram diversos blog à época— aliados preferiam culpar os dados antigos, negando o óbvio. Mas agora, com os números atualizados até 2024, a cortina caiu. Inclusive, o próprio Carlos Brandão, sucessor e aliado político de Flávio Dino, chegou a desabafar em público sobre os indicadores que herdou. Disse que os números davam “agonia, gastura e até gastrite”. Foi mais sincero que muitos dinistas, mas acabou recuando após a chiadeira do grupo.
O que resta, no fim, é a constatação: a promessa de transformação social ficou no discurso. O Maranhão continua pobre. E o povo continua esperando a dignidade prometida.
