Com a chegada do período eleitoral, os discursos se repetem: “Vamos fazer diferente”, “Acabar com a roubalheira”, “Trabalhar pelo povo”, “Moralizar a política”, “Ter responsabilidade com os recursos públicos”. No entanto, passado o pleito e após diplomação e posse, muitos dos eleitos parecem esquecer o que disseram. Críticas antes fervorosas ao uso da máquina pública são substituídas por silêncio — ou por disputas por espaço.
Diante disso, a reportagem traz uma análise sobre a atuação da Câmara Municipal de Paço do Lumiar, com um levantamento preliminar dos gastos da Casa Legislativa em 2025.
Além do salário-base, os vereadores têm direito ao uso de verbas indenizatórias destinadas à manutenção do mandato parlamentar — como divulgação de atividades, contratação de assessores e apoio técnico.
De acordo com os dados apurados, o atual presidente da Câmara empenhou R$ 1.746.000,00 em verbas indenizatórias para o exercício de 2025. Cada vereador pode receber, mensalmente, até R$ 10.000,00 em ressarcimentos, além do salário de R$ 16.503,19. Ou seja, somando os dois valores, cada parlamentar pode custar aos cofres públicos mais de R$ 26 mil por mês.
Um ponto que gerou questionamentos foi a ordem de pagamento no valor de R$ 10.000,00 ao vereador Eder Alencar, realizada no dia 3 de fevereiro de 2025. O detalhe é que a solicitação se refere a despesas de janeiro — mês em que a Câmara ainda não havia iniciado oficialmente suas atividades legislativas. A documentação referente ao pagamento está anexada ao processo.
A reportagem segue com um levantamento detalhado de quanto cada vereador representa de despesa ao contribuinte luminense, em um momento em que se cobra, cada vez mais, transparência e responsabilidade no uso do dinheiro público.
