O vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, parece ter acordado tarde demais para o jogo pesado da sucessão estadual. Em visita a Pedreiras na última segunda-feira (9), Camarão reafirmou publicamente que será candidato ao Governo do Estado “com ou sem o apoio de Brandão”. A declaração ousada virou manchete, mas durou pouco como aposta viável no xadrez político maranhense.
Nos bastidores, a temperatura esfriou rápido. Um verdadeiro balde de água fria caiu sobre os planos do petista: Carlos Brandão decidiu que não deixará o Palácio dos Leões para abrir caminho ao vice. Pior ainda para Camarão, o governador já tem um nome para chamar de seu — o sobrinho Orleans Brandão. Jovem, discreto e articulado nos bastidores, Orleans entra no jogo apadrinhado por ninguém menos que Iracema Vale, Weverton Rocha e Aluísio Mendes. Uma frente ampla e pragmática, que declarou apoio ao secretário de assuntos municipalista em evento realizado em Urbano Santos.
A cena se desenha clara: o grupo governista já escolheu seu herdeiro — e não é Felipe. O recado foi dado com a sutileza de um coice: quem dorme no ponto, perde o bonde. Ou como diz o ditado que dá título a essa matéria, “camarão que dorme, a onda leva”.