Em meio ao debate sobre a PEC que propõe o fim da escala 6×1, que visa reformar a jornada de trabalho dos brasileiros, os deputados maranhenses que se opuseram à proposta têm gerado polêmica após ser revelada uma discrepância entre suas práticas de trabalho e a realidade dos trabalhadores comuns. Com uma carga de trabalho reduzida, muitos desses parlamentares cumprem uma jornada de 3×4, ou seja, trabalhando apenas três dias por semana, enquanto a população enfrenta jornadas de até seis dias semanais, recebendo apenas um salário mínimo.
Os dados disponíveis até o dia 18 de novembro de 2024, extraídos diretamente do site da Câmara dos Deputados, revelam o número de dias trabalhados por esses parlamentares e a verba de gabinete que utilizam anualmente. Confira a lista detalhada dos 11 deputados maranhenses que, até o momento, não assinaram a PEC pelo fim da escala 6×1:
• Allan Garcês (PP)
• Dias trabalhados: 68
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 741.305,24
• Aluísio Mendes (Rep.)
• Dias trabalhados: 52
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 733.984,57
• Detinha (PL)
• Dias trabalhados: 42
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 738.270,77
• Dr. Benjamin (União)
• Dias trabalhados: 65
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 723.112,00
• Fábio Macedo (Podemos)
• Dias trabalhados: 37
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 741.045,74
• Josimar Maranhãozinho (PL)
• Dias trabalhados: 41
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 743.553,40
• Josivaldo JP (PSD)
• Dias trabalhados: 62
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 726.495,80
• Júnior Lourenço (PL)
• Dias trabalhados: 46
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 723.112,00
• Marreca Filho (PRD)
• Dias trabalhados: 39
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 745.082,22
• Pastor Gil (PL)
• Dias trabalhados: 51
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 740.720,23
• Roseana Sarney (MDB)
• Dias trabalhados: 27
• Verba de gabinete gasta anual: R$ 742.838,99
Essas informações destacam a discrepância entre a carga de trabalho reduzida de alguns parlamentares e o alto valor gasto com as verbas de gabinete. Para a maioria da população, que luta para conciliar longas jornadas de trabalho com um salário mínimo, esses números geram críticas sobre a eficiência e a dedicação dos representantes. A pressão popular por maior transparência no uso dos recursos públicos e uma maior responsabilidade dos parlamentares se intensifica à medida que a discussão sobre a reforma do sistema legislativo avança.
A sociedade maranhense espera que seus representantes reconsiderem suas posturas e busquem soluções que priorizem o bem-estar coletivo em vez de manter um modelo de trabalho que parece beneficiar apenas os próprios parlamentares.